Mãe, eu preciso te contar uma coisa muito importante
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Por: Andriano Martins
“Eu sei que você me ama e quer o meu bem, e por isso eu quero ser sincero com você. Eu sou gay. Eu sei que isso pode ser um choque para você, mas eu espero que você me entenda e me aceite como eu sou.
Eu não escolhi ser gay, mãe. Eu nasci assim, e isso faz parte da minha identidade. Eu não tenho vergonha de quem eu sou, e nem você deveria ter. Ser gay não me faz menos filho, menos homem, menos humano. Ser gay me faz feliz, me faz sentir amor, me faz querer viver.
Eu sei que você pode ter muitas dúvidas, medos e preocupações. Eu sei que você pode ter recebido muitas informações erradas ou preconceituosas sobre a homossexualidade. Eu sei que você pode ter medo do que os outros vão pensar ou dizer. Mas eu te peço, mãe, que você não se deixe levar por essas coisas. Eu te peço que você busque se informar, se educar, se abrir para o novo. Eu te peço que você me escute, me pergunte, me conheça melhor. Eu te peço que você me apoie, me respeite, me ame.
Eu não estou te pedindo para mudar a sua forma de pensar ou de sentir. Eu só estou te pedindo para me aceitar como eu sou, e para me deixar ser feliz do meu jeito. Eu não quero te magoar, mãe. Eu quero te fazer feliz, também. Eu quero que você se orgulhe de mim, não pelo que eu faço ou deixo de fazer, mas pelo que eu sou.
Eu sei que essa conversa não é fácil, mãe. Mas eu acho que ela é necessária. Eu acho que ela pode nos aproximar mais, nos fazer mais amigos, mais cúmplices. Eu acho que ela pode nos fazer mais felizes. Eu te amo, mãe. E eu espero que você me ame, também.”
“A homossexualidade é uma expressão natural da sexualidade humana e não pode ser mudada.”
Recomendações aos pais
– Ouvir o filho com atenção e empatia, sem julgar ou criticar.
– Expressar amor e apoio ao filho, mostrando que ele é aceito e valorizado como é.
– Tentar entender como ele se sente e o que ele espera de vocês.
– Evitar perguntas invasivas ou ofensivas sobre a vida íntima do seu filho.
– Reconhecer os próprios sentimentos e buscar apoio emocional se necessário.
– Buscar informação e conhecimento sobre a homossexualidade, para desfazer mitos e preconceitos.
– Respeitar o tempo e o ritmo do filho, sem pressioná-lo a se assumir publicamente ou a se esconder.
– Deixar que ele decida quando e como falar sobre sua orientação sexual com outras pessoas.
Pode ser útil conversar com um psicólogo, um amigo, um grupo de apoio ou uma organização que acolhe famílias de pessoas LGBT.
Pai, Mãe, tente compreender e respeitar o seu filho, sem impor expectativas ou preconceitos
Autor:
Andriano Martins
CRP:05/55017
Neuropsicólogo Clínico